Image Map

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Poemas de Penalva


SONETO (TRIBUTO A PENALVA)
                                                                                               
Mudam-se as estações, mudam-se os encantos.
Do canhestro à mais perfeita destreza.
Tudo muda pelas mãos da natureza
A alegria, a saudade e os prantos.

Oh céus! Exclamo. Por que não muda
Da minha terra, os juçarais, os rios,
O formoso lago e os álamos sombrios
Que a cada dia parece que a natureza ajuda?

Em minha terra parece não haver mudança
Como o sol, sempre nasce a esperança
E em seus bosques jamais cessam as flores.

Penalva não muda; se solidifica.
Mudam-se no mundo, mas aqui fica:
O brilho. A pureza. A virtude. Os amores.

PENALVA

Oh! Noites de solidões escuras, escuras.
Em que permeiam os ventos, tristes e fracos
Impelindo levemente em branduras
Para longe da maré os pequeninos barcos.

Ondulantes fogem nas águas turvadas
Libertos na imensidão dos mares, à deriva.
Cantam os sapos, aleluia, nas águas paradas.
E nas mesmas águas as rãs gritam: viva.

Na superfície perde-se de vista a serra
E o planalto, e a agitação das fontes.
A beleza natural da minha terra
Que canta o poeta o mar e os desnudos montes.

No céu, a lua brilha distante a vagar,
Em forte brilho, impera a Estrela D’alva.
Em terra, dançam as águas do pacífico mar
E os montes, e as serras, como brilha também Penalva.



PENALVA: MONUMENTO NATURAL

Nasceste na mata virgem
Com bela vista pro mar,
O tempo fez-te cidade
Onde mais brilha o luar.
Lá que nasceu a palmeira
E o canto do sabiá.

Habita nessa cidade
Uma forte, brava gente.
Que na luta mostra força
Que só quem é de lá sente
Vibrar no peito o impulso
De um coração valente.

Penalva: ei-la descrita
Onde é mais verde o prado
Onde a rosa é mais bonita,
O lírio mais perfumado
Por isso ela é monumento
Natural do nosso Estado.

PENALVA É MESMO DEMAIS

No tempo da estiagem
Que Penalva enfrentou
Foi grave a situação
Que o Cajari secou
Apareceram boatos,
Mistérios e artefatos
Que o povo se assustou

Primeiro foi Taynã
Que todo mundo dizia
Que em tempo de lua cheia
O grito seu se ouvia
E que todo pescador
Ao lembrar desse clamor
De medo estremecia

Tudo por causa da seca
Que Penalva enfrentava
Mitos, histórias e lendas
Era o que o povo falava
Como em um relicário
Real e imaginário
Seduzia e assustava

Uma assim foi a do mudo
Que a todo mundo escrevia
Que dentro de pouco tempo
Penalva afundaria
O que causou na cidade
Além de temeridade
Uma grande correria.

E uma velha, coitada,
Por banda do Jatobá
Ao fugir, quebrou a perna,
E teve que retornar
Para esperar o dia
De cumprir a profecia
Da cidade se inundar.

Passaram-se então os tempos
Penalva quase acabava
Não na previsão do mudo
Mas por quem a governava
Em mar de desigualdade,
Toda a pequena cidade
Lentamente navegava.

Mas depois veio a chuva
E a história mudou
Tudo que fora perdido
Penalva recuperou
E o sol da liberdade
Com esplendor e bondade
Na nossa terra raiou

No entanto essas lendas
Tornaram-se imortais
Inda encanta todo mundo
Filhos, filhas, mães e pais.
Nossa terra tem história
Tem herança, tem memória.
Penalva é mesmo demais.

ACRÓSTICO
Pálio etéreo dos longínquos ares
Estrela perene, lascivo alvor.
Não te vence a beleza o amor,
A lua, nem os céus, nem os mares...
Livre e num colosso brado
Vou gritar sem desengano
Ao mundo o amor que te proclamo.

                                                                                                      Autor: Nilsomar Morais

2 comentários: