SONETO
(TRIBUTO A PENALVA)
Mudam-se as estações, mudam-se os encantos.
Do canhestro à mais perfeita destreza.
Tudo muda pelas mãos da natureza
A alegria, a saudade e os prantos.
Oh céus! Exclamo. Por que não muda
Da minha terra, os juçarais, os rios,
O formoso lago e os álamos sombrios
Que a cada dia parece que a natureza ajuda?
Em minha terra parece não haver mudança
Como o sol, sempre nasce a esperança
E em seus bosques jamais cessam as flores.
Penalva não muda; se solidifica.
Mudam-se no mundo, mas aqui fica:
O brilho. A pureza. A virtude. Os amores.
PENALVA
Oh! Noites de solidões escuras, escuras.
Em que permeiam os ventos, tristes e fracos
Impelindo levemente em branduras
Para longe da maré os pequeninos barcos.
Ondulantes fogem nas águas turvadas
Libertos na imensidão dos mares, à deriva.
Cantam os sapos, aleluia, nas águas paradas.
E nas mesmas águas as rãs gritam: viva.
Na superfície perde-se de vista a serra
E o planalto, e a agitação das fontes.
A beleza natural da minha terra
Que canta o poeta o mar e os desnudos montes.
No céu, a lua brilha distante a vagar,
Em forte brilho, impera a Estrela D’alva.
Em terra, dançam as águas do pacífico mar
E os montes, e as serras, como brilha também
Penalva.
Nasceste na mata virgem
Com bela vista pro mar,
O tempo fez-te cidade
Onde mais brilha o luar.
Lá que nasceu a palmeira
E o canto do sabiá.
Habita nessa cidade
Uma forte, brava gente.
Que na luta mostra força
Que só quem é de lá sente
Vibrar no peito o impulso
De um coração valente.
Penalva: ei-la descrita
Onde é mais verde o prado
Onde a rosa é mais bonita,
O lírio mais perfumado
Por isso ela é monumento
Natural do nosso Estado.
PENALVA É MESMO DEMAIS
No
tempo da estiagem
Que
Penalva enfrentou
Foi
grave a situação
Que
o Cajari secou
Apareceram
boatos,
Mistérios
e artefatos
Que
o povo se assustou
Primeiro
foi Taynã
Que
todo mundo dizia
Que
em tempo de lua cheia
O
grito seu se ouvia
E
que todo pescador
Ao
lembrar desse clamor
De
medo estremecia
Tudo
por causa da seca
Que
Penalva enfrentava
Mitos,
histórias e lendas
Era
o que o povo falava
Como
em um relicário
Real
e imaginário
Seduzia
e assustava
Uma
assim foi a do mudo
Que
a todo mundo escrevia
Que
dentro de pouco tempo
Penalva
afundaria
O
que causou na cidade
Além
de temeridade
Uma
grande correria.
E
uma velha, coitada,
Por
banda do Jatobá
Ao
fugir, quebrou a perna,
E
teve que retornar
Para
esperar o dia
De
cumprir a profecia
Da
cidade se inundar.
Passaram-se
então os tempos
Penalva
quase acabava
Não
na previsão do mudo
Mas
por quem a governava
Em
mar de desigualdade,
Toda
a pequena cidade
Lentamente
navegava.
Mas
depois veio a chuva
E
a história mudou
Tudo
que fora perdido
Penalva
recuperou
E
o sol da liberdade
Com
esplendor e bondade
Na
nossa terra raiou
No
entanto essas lendas
Tornaram-se
imortais
Inda
encanta todo mundo
Filhos,
filhas, mães e pais.
Nossa
terra tem história
Tem
herança, tem memória.
Penalva
é mesmo demais.
ACRÓSTICO
Pálio etéreo dos longínquos ares
Estrela perene, lascivo alvor.
Não te vence a beleza o amor,
A lua, nem os céus, nem os mares...
Livre e num colosso
brado
Vou gritar sem desengano
Ao mundo o amor que te proclamo.
Autor: Nilsomar Morais
lindo! Maravilhoso!
ResponderExcluirAmei
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