Image Map

terça-feira, 25 de novembro de 2014

QUEDA NA EDUCAÇÃO PENALVENSE. CADÊ A REVOLUÇÃO PROMETIDA?

A educação é uma das principais bandeiras defendidas por aspirantes ao poder. Promessas de revolução, avanço, transformação e uma série de outros vocábulos retóricos capazes de seduzir o eleitor esperançoso, é o plano de fundo de uma campanha em um município carente como Penalva. O governo atual aderiu à "revolução educacional" em suas promessas em palanques, todavia, esta está longe de ser um trufo para a atual gestão. 

Não precisa ser um especialista para verificar a deficiência técnica no quadro educacional penalvense. Ela existe e o reflexo seu pode ser verificado no resultado do último IDEB: caímos de 4.0 em 2011 para 3.5 em 2013. foi uma queda acentuada, visto que o estabelecido para o ano 2013 era de 4.2. E nem adianta vir com a desculpa de Adão e Eva, aquela de botar a culpa em um e outro, visto que esta queda interrompe um ciclo de crescimento que vinha desde 2007, na gestão do emblemático Nauro Muniz. 

Se a educação é um dos setores mais importantes para o desenvolvimento, então Penalva estará condenada ao retrocesso caso este percentual permaneça nos assombrando.

Onde está a culpa pela queda no IDEB? Bom, pode-se usar o velho discurso de que o professor é mal remunerado, todavia, o sindicato reclamou para si a conquista de o  salário do professor de Penalva ser um dos maiores da região, Zeca Gama, todavia, usava isso como uma das maiores conquistas de sua gestão. A gestão atual lembrou que o professor penalvense já ganhava muito bem e seria inviável o aumento que queriam, aqueles 6,32, lembram? 

O fator mais convincente estaria no modo de como a gestão contrata os professores (no modo e não nos contratados); boa parte destes atende a critérios políticos e não técnicos, assim, a indicação política fala mais alto do que o aspecto competência. É bem verdade que há muitos contratados bons, que defendem seus empregos e conduzem com eficiência o seu trabalho, outros tantos hão de aprender na prática a arte da docência, ingressarão no magistério ou faculdade para se aprimorarem, porém no exercício da profissão, enquanto ideal seria o caminho inverso.

Eles (os contratados) não têm culpa, são jovens sonhando com a independência financeira, pais e mães de família que jamais diriam não à oportunidade de darem aos filhos o pão de cada dia. 

Outros fatores são o salário destes e as condições oferecidas para o desempenho da função: um salário mínimo para exercer a maior e mais honrosa das profissões, com desconto do INSS, diga-se de passagem, pagando ainda boa parte do seu salário para se deslocar até o local de trabalho. 

Parece não haver um compromisso com o filho do lavrador que sonha não vê-lo se enveredar na vida semelhante à sua, parece está havendo um genocídio em massa, ao matar os sonhos de inúmeras crianças que sonham um dia serem médicas, advogados, professores...

E nós, cidadãos, como estamos reagindo a isso tudo? inertes? encontraremos culpados e não apontaremos a solução. Esta é muito simples: educa quem é capaz e não capataz; a educação não pode ser usada como barganha política, são vidas, sonhos e esperanças que estão em jogo. É o futuro que está nas mãos dos professores e de quem os conduz. 

Nós nos traumatizamos com a derrota para Alemanha na copa, mas não nos traumatizamos no dia 03 de dezembro de 2013, quando foi divulgada a classificação do Brasil na educação entre 65 países e ficamos em 58° lugar. Ficamos frustados com a Seleção na derrota do terceiro lugar para a Holanda e não dissemos nada quando em 01 de março de 2011, a UNESCO divulgou a classificação da educação para 128 países e ficamos em 88°, um dos piores resultados incluindo os países mais pobres do mundo. 

Um dos raros exemplos vem da Câmara de Vereadores. O vereador Mesaque Veloso repudiou formalmente a Gestão Municipal pela queda na educação. 

Soframos pela não conquista do futebol brasileiro; mas também soframos porque não estamos fazendo uma Penalva melhor e estamos regredindo na educação. Soframos pela Petrobras, pelo IDEB. Soframos, sim, mas sem jamais perder a capacidade de se indignar com as mazelas sociais que nos assolam nem a vontade de fazer de Penalva um lugar melhor.




                                    por: Nilsomar Morais

Um comentário:

  1. Não usaria o termo "culpado" para reflexão sobre a queda do IDEB! Usaria o termo "ineficiência na gestão". Uma gestão sem metas,estratégias e foco na qualidade da educação o resultado é esse! Os professores só poderão operacionalizar bem se estiverem assistidos por uma boa gestão!
    Parabéns Nilsomar pela indignação! Eu fiquei triste com o resultado!

    ResponderExcluir