Eleição
encerrada, gestor novo na prefeitura, tudo volta ao normal. Pelo menos é assim
em uma cidade normal, com pessoas normais. A eleição penalvense vai muito além
dos três meses de campanha em que os candidatos às “tetas” de ouro (leia-se
prefeitura), trocam acusações e ofensas munidos de um linguajar desprovido de
qualquer ética, arrastando consigo um exército disposto a defender seu líder a
qualquer custo na esperança de sentar à mesa na repartição dos “despojos”
municipais que perdurarão por um quadriênio.
Com
a Ascensão de um novo prefeito, começa uma nova “guerra”. Desta vez são as
redes sociais que entram em cena como palco de uma contenda interminável onde o
vocabulário é do escalão mais baixo existente. Os papéis agora se invertem: aqueles
que propagavam uma cidade em constante crescimento se apossam do mesmo
discursos dos que agora ocupam seus lugares. Estes, por sua vez, passam de
acusadores para defensores. É uma continuação das divergências em palanque,
porém protagonizadas por novos agentes. Faz-se necessário voltar à raiz da
questão para entender os motivos dos elogios bem como das críticas. É a
inversão súbita das ideias. A compreensão dessa prática requer uma divisão no
eleitorado penalvense em três grupos.
O
primeiro grupo são aqueles que não dão a mínima para quem vai ser eleito ou
não, suas decisões serão determinadas por alguma força monetária insignificante
que será o preço do seu voto, uma falta de patriotismo com àqueles que
arriscaram suas vidas (muitos ainda dera as mesmas) para que pudéssemos
usufruir do direito de votar. Este grupo leva ao poder vereadores sem carisma
nem popularidade e constitui uma força que pode decidir o futuro gestor local.
Neste grupo ainda estão aqueles cuja situação de pobreza o impelem a aceitar
ofertas como ferramentas de trabalho, favores na capital e outras formas que de
obrigação governamental que este se omite justamente para deixar refém as
vítimas de sua omissão.
No
segundo grupo estão aqueles que dão o “sangue” em prol da causa, que carregam a
bandeira e o candidato. Aqueles que defendem com unhas e dentes que o candidato
que apoiam é o mais apto para o cargo. Estas pessoas estão ali por uma causa
particular: elas querem fazer parte do governo, das tomadas de decisões. Buscam
no seio da prefeitura uma oportunidade de emprego para si e familiares.
O
terceiro grupo constitui uma força menor, estão agregados vários tipos de
ideologia entre elas a que deveria ser a mais preponderante na hora de votar,
isto é, a genuína liberdade de escolha. Há também aqueles contrários à
reeleição e tantos outros que estão de fora das arenas de combate politiqueiro.
Com
a vitória de um ou outro, os embates permanecem nos bastidores, influenciam
tomadas de decisões em organizações compostas por pessoas de alas politicas
diferente, como os sindicatos. Não há uma ideia coletiva de melhoria, não se
pode falar em oposição, frente à postura tomada por aqueles que saíram
derrotados nas eleições. Estes irão torcer por um fracasso dos que governam,
assim terão mais chance na próxima e sempre acharão uma forma de diminuir os
atos daqueles, seja nas esquinas ou redes sociais. Tudo por um lugar ao sol ou
simplesmente na prefeitura.