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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O VELHO NOVO DE NOVO


O Novo é sempre fascinante. Ele sempre traz consigo o pressuposto de diferente, inovador; rompe com a barreira da mesmice e faz acreditar que tudo se transforma na sociedade ou em outro segmento da vida. Na política, é o ideal indispensável para acreditarmos em um sistema mais digno, face à podridão existente no meio dos “velhos” políticos.
Em Penalva, é sob esse epílogo que muitos políticos buscam alcançar a prefeitura. Sob a maquiagem do “bom” e de salvador da pátria, eles o fazem de jargão, de slogan, nomeiam suas coligações na tentativa de mostrar uma possível ruptura com tudo aquilo que se mostra ser mais do mesmo. E outra vez foi o dito novo que saiu em vantagem, porém, cabe o questionamento de até onde tudo que se vê ou verá constitui o NOVO de fato.

Primeiro: as práticas que embalaram a Campanha do candidato em nada diferem-se da usadas por políticos passados com Lourival Gama, Nauro Muniz, Roberto Mendes entre outros. Na tentativa de diminuir o outro, surgem a acusações, as ofensas pessoais, as calúnias. É a demonização do adversário na tentativa de mostrá-lo como alguém indigno de conduzir a cidade e representar o povo. Nada de políticas sociais, de incentivo à educação; tudo isso parece uma política utópica longe dos ares de Penalva. E isto arranca aplausos da multidão eufórica. Vivas e gritos de “é verdade” saem da plateia enlouquecida, que está ali por dias melhores. (para si)

Segundo: a agiotagem protagoniza um espetáculo à parte, ela dita a grande maioria dos que chegam ao poder. Não é o carisma, o sonho ou vontade de fazer, é o dinheiro. A corrupção rola solta em período eleitoral, é o crime mais praticado e ninguém pune. Ninguém vai preso. Ninguém responde.

Terceiro: não existe nada de novo. A única coisa que muda é que quem governava antes vestia saia e quem governa agora veste calça. No mais, tudo é igual. Existe uma mistura de mandatários, ex nauristas retornam ao poder, (isso mesmo) aqueles que compuseram o governo Nauro, em sua grande maioria, estão de volta e eles são os mesmos que comiam à mesa com Lourival Gama. Só está de fora aqueles que eram comensais do governo Zeca. Estes estão recente, muitos deles; porque ainda existem os outros que se desgarraram do “rebanho” por motivos de ambição maior.

Aos remanescentes deste ultimo, resta esperar a oportunidade que há de vir trazendo junto muitos dos que aí estão agora. É a previsibilidade política Penalvense, não é profecia; é o âmago de uma estrutura que acontece em nome da governabilidade, da ascensão politiqueira local. Mudam-se os nomes; permanecem as práticas. Este é o ciclo vicioso tão positivista que rodeia Penalva desde que a mesma existe.

Edmilson Viegas não é o salvador da pátria, tão pouco o deus que veio retirá-la do obscurantismo que se propaga. Ele é a continuidade de uma velha história que se repete a cada novo quadriênio, ainda que sob o argumento do “novo”.
“Só mudam os vícios e as virtude, de que uns são comensais e outros adversos” disse Gregório de Matos, uma máxima aplicável aos mecanismos de obtenção do poder por aqui. Tudo isto nada mais é do que mais do mesmo. Oh! Carnaval nós te conhecemos; nem é preciso tirar a máscara.

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